Saco Grande - Costa da Lagoa: Uma travessia não completada!
- 24 de jun. de 2024
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Quem ronda a ilha da magia, da forma diferenciada, que nós, do WAF Clube da aventura, estamos promovendo; sabe bem sobre o que vou lhes contar hoje. Tenho dito, de forma recorrente, que boa parte das trilhas daqui dessa Ilha de Santa Catarina, não são para amadores. O relevo da ilha, impõe aos trilheiros menos preparados, ou aos desinteressados em desbravar os recônditos insulares, condições extremamente adversas. Trilhar por aqui é ato de coragem, mas também de amor pela aventura e paixão pela natureza selvagem. Costões íngremes, trechos de vegetação intransponíveis, cavernas sinistras, mar em fúria, ventos cortantes; megálitos misteriosos em locais de difícil acesso, são obstáculos constantes em nossas atividades. As dificuldades oferecidas, só podem ser contornadas através da superação individual de quem participa. Ser derrotado pela natureza, aqui neste "pedacinho de terra no meio do mar", não é vergonha, nem deve ser motivo para desânimo. É preciso, antes de tudo, aproveitar a oportunidade oferecida, a fim de galgar um novo patamar de vida e emoção.
Complexo das Pedras Grandes - Incríveis passagens subterrâneas.
Desta vez fizemos uma investida numa travessia que iniciou no Saco Grande, oeste da ilha e, deveria ser concluída na costa da Lagoa; próximo do P15, onde está localizada a conhecida "Cascata da Costa da Lagoa". Entretanto, nós do WAF Aventura, não poderíamos nos repetir, nem sermos convencionais, numa atividade como esta. Então, tentei inovar, acrescentando ao percurso alguns quilômetros a mais, porém, propiciando aos participantes, vislumbrar paisagens e lugares que, tenho certeza, jamais imaginariam poder existir. Tenho certo orgulho, ao expor as pessoas nestes perrengues. Acredito que estes desafios nos impulsionam para galgar novos patamares de desenvolvimento humano. Ao mesmo tempo, me preocupo bastante com a segurança de cada participante, sem entretanto, tolher deles a oportunidade de tentar ou fazer aquilo que sentem vontade de fazer. É como expô-los a um risco controlado e sem exageros.
Árvore caída sobre a pedra do Cogumelo
Ao sair fora do planejamento inicial, o risco de alguma coisa não dar certo, era iminente. É um daqueles momentos de decisão, onde a escolha precisa ser feita sem muita reflexão. Optei então pela emoção. A fim de mostrar para as pessoas lugares incríveis, que teriam pouquíssimas oportunidades de visitar, porque os grupos de trilha convencionais, raramente propiciam esse tipo de atividade. Esse é o aspecto maravilhoso da aventura. Podermos lidar com o inesperado, ter a oportunidade de novas descobertas, pelo simples fato de quebrar regras de planejamento. São instantes como estes que, ao meu ver, separam o trilheiro do aventureiro. Qualquer um pode trilhar caminhos, mas poucos estão dispostos a se aventurar de verdade.
Córregos de água cristalina, fazem parte da paisagem.
Talvez o percurso tenha aumentado de forma exagerada, porém, exageradas foram também as emoções vivenciadas. Não conseguimos atingir nosso objetivo mas, garanto a vocês, não foi tempo perdido, foram mais de onze horas de atividade e quase vinte quilômetros percorridos. Foi um dia inteiro de vida intensa! Pleno de alegria, emoção e aprendizados. Agora é planejar nova travessia! Se reunirmos um grupo, com a mesma energia que este, certamente faremos uma travessia de dois dias, a fim de aproveitar, tudo o que de belo nos oferece a natureza daquele lugar. Deixo aqui algumas fotos, para que, todos possam curtir os belos e alegres momentos que vivenciamos.











Obrigado Ana, Núbia e Fabricio! Vocês foram demais e me propiciaram momentos que, certamente, serão perpétuos na memória!




Mais uma atividade top, mesmo que não tenha sido completada!